O Edifício Roosevelt está localizado no bairro do Comércio, em Salvador. Vizinho ao Mercado Modelo, está presente em muitos cartões postais e fotografias tiradas a partir da Praça Municipal. Construído na década de 1960, possui características marcantes da arquitetura moderna bastante presente nos edifícios erguidos durante esse período no bairro. Ao longo de sua história abrigou escritórios de associações de pensionistas de algumas categorias de trabalhadores como os da COELBA, do Porto de Salvador, entre outras. Com o passar dos anos, em função do declínio da centralidade que o Comércio possuía perante os demais bairros da cidade, o Roosevelt passou por um processo de esvaziamento resultado do deslocamento do centro financeiro e administrativo para novas regiões da cidade a partir da década de 1970. Em 2018, todos os seus pavimentos superiores encontravam-se fechados, sem qualquer tipo de uso, contando apenas com o térreo funcionando parcialmente. Com cerca de 4.560m​² de área ociosa distribuídos pelos seus doze pavimentos superiores, o Roosevelt apresentava um grande potencial para abrigar o uso misto por meio do redesenho dos seus espaços outrora ocupados por escritórios para o novo uso residencial associado ao uso comercial preexistente. A integridade da sua estrutura física, garantida graças ao curto período em que se encontrava desocupado, foi um importante indicativo da sua capacidade de recuperação e readequação. Assim, as novas áreas técnicas foram alocadas no trecho do edifício cujas fachadas, devido ao seu posicionamento voltado para dentro da quadra onde está implantado, não permitiam aberturas. O térreo passou a contar com dois espaços comerciais, devido a necessidade de supressão da terceira loja diante da nova demanda por áreas técnicas. Na sobreloja alocamos os novos usos demandados pelo novo uso habitacional como a administração, o salão para reuniões, a academia e a lavanderia. Ao todo, foram elaboradas 10 propostas possíveis para os pavimentos habitacionais, a partir do arranjo de diferentes tipos de unidades que partiram de estúdios até apartamentos de 4 quartos. Essa diversidade de unidades teve por objetivo mesclar diferentes públicos de potenciais moradores como jovens estudantes, artistas, profissionais liberais, casais sem filhos até famílias. Após a realização dos estudos, algumas configurações não se mostraram eficientes. Com isso, apenas 4 dos pavimentos propostos foram escolhidos e distribuídos ao longo do edifício. Com vista panorâmica para a Baía de Todos os Santos e o frontispício de Salvador, no terraço do Roosevelt propusemos a instalação de um café ou um pequeno restaurante aberto ao público. Por fim, a nova fachada do edifício segue como diretrizes os alinhamentos e a regularidade presentes na pele existente, identificados na solução proposta pela manutenção das linhas das lajes dos pavimentos e das linhas de pilares, marcadas agora pela função de ponto de acúmulo dos novos painéis móveis propostos. Estes painéis pivotantes e estrutura em alumínio contam com venezianas móveis que propiciam o melhor controle da incidência solar e ventilação nos apartamentos.